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Rascunhos:


  • vista aquele casaco vermelho


  • cruel

  • num piscar de olhos

  • a última noite

  • comendo palavras
    perdidas em (...)


  • num jogo de espiões


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  • deitado no chão
    observando (...)


  • no jardim secreto

  • obrigado
    por cair fora


  • fardo

  • eu não consigo tocar a sua alma

  • ponteiros apressados
    passos calados


  • um grito sufocado pelo (...)

  • voltando a vida

  • eu ainda sou um (...)

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  • eu faço tudo errado

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  • vermelho, laços, batom, passos, (...)

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  • ainda bem que existe (...)

  • ela é uma flor, (...)

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  • fogo

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  • quem procura, acha!

  • entre as árvores

  • eu acordei um pouco (...)

  • Eu tento conquistar o (...)

  • combustível

  • solidão

  • os dias passam o (...)

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    vista aquele casaco vermelho
    lá fora está frio
    é um longo caminho pra lugar nenhum

    cada beijo tem sua própria história
    e com os lábios em chamas
    as estrelas ficam ao nosso alcance

    caminhe por entre os prédios
    sinta e escute a chuva
    deixa ela curar as suas cicatrizes

    dia após dia
    "eu tenho sido um garimpeiro
    por um coração de ouro"

    sentado no mesmo barco
    descendo o mesmo rio
    sonhando

    tocar a sua alma
    e selar o meu destino
    "parece que estamos mais fingindo do que fazendo amor"

    cruel

    cercado de conversas vazias
    a dor no peito
    bate forte como um canhão
    solitário, não é irónico?!

    um braço doendo
    uma mesa (duas cadeiras)
    um subway a caminho
    uma menina completamente distante

    (perdida, carente, vunerável, angustiada)

    eu não consigo!
    transformar o silêncio em voz
    eu não consigo!
    se quer, me mover

    eu tentei deixar a lenha do lado de fora
    mas é algo bem maior do que eu
    cadê os bombeiros?! (não me toca!)
    o coração dela não pode incendiar

    um filme trash
    um choro agarrado na garganta
    um desejo intenso
    uma angústia infinita

    eu não consigo!
    falar é complicado
    eu não consigo!
    o coração dispara

    uma pergunta frequente
    um silêncio escandaloso
    um menino triste

    preso no silêncio
    do seu pequeno mundo
    um pouco fora do lugar

    uma menina triste
    um carro parado
    uma conversa já conversada
    uma alma furada (duas?!)

    olhares em lágrimas
    enquanto exponho o caminho para minha alma
    e tudo se resolve
    "amor é uma palavra em movimento"

    é como se eu esperasse um milagre
    e o que me resta, é chegar em casa
    escrever e conversar
    com os meus rascunhos

    as luzes vão se apagando
    as lágrimas caem fácil
    é hora de dormir
    me mostra o caminho de volta pra casa?!

    "você vive, você aprende"
    voando na estrada da vida
    continuo buscando alguma felicidade
    e não é qualquer momento breve

    num piscar de olhos

    ontem, eu vivi um sonho
    numa noite só nossa
    dançamos

    duas almas em movimento
    a poesia que brota
    peças que se encaixam

    ontem, nós passamos
    horas tomando vinho
    e ela voou comigo

    ela tem as chaves de um império
    e o poder de me completar num abraço
    num olhar, num sorriso

    ontem, ela cantou
    e com os dedos eu pude desenhar
    os lábios dela

    mordidas e cafunés
    a Lua espiava
    entre as nuvens

    ontem, foi apenas um sonho
    a sua boca na minha
    com sabor de frutas vermelhas

    numa noite só nossa
    eu vi ela gargalhar
    e também, chorar

    ontem, ela tinha uma luz única nos olhos
    cheios de carinho, desejos e fantasias
    é seu "todo amor que houver nessa vida"

    promessas
    carinho
    surpresas

    ontem, é tudo que eu tenho com você
    "um momento em um milhão de anos"

    os dias mudam e passam
    a minha casa, é você
    "diga que você me quer
    porque eu te quero também!"

    a última noite

    um homem triste
    sentado na calçada
    observando as crianças
    correndo e sorrindo

    lá se vai o sol...
    e com ele
    mais um dia
    cheio de saudade

    a luz de uma lâmpada acende
    uma lágrima cai ao chão
    é a hora de descer a rua
    e andar por ai sem direção

    desejando
    cambalhotas
    caretas
    abraços e mordidas...

    segurando uma garrafa entre os dedos
    enquanto as folhas de outono caem
    eu também posso me sentir
    escorrendo pelo ralo

    seguindo a direção do vento
    subindo lances de escadas estreitas
    tomando um porre
    fazendo caretas

    por um longo tempo
    "antes da alvorada ou depois do ocaso"
    um coração valente
    correndo atrás de borboletas

    o último trem está saindo
    "se eu morrer amanhã"
    dance a morte comigo
    meu caro amigo


    comendo palavras
    perdidas em guardanapos
    e alimentando frases
    com lembranças do passado

    obsevando cada chama
    cada brilho
    do seu olhar
    refletindo luz

    o vento sopra forte lá fora
    e aqui dentro
    você me mantém aprisionado
    "e a cada hora acordado"

    é como se fosse
    uma canção intensa
    no meu coração
    "se eu não te amasse tanto assim"

    eu te dei asas
    e você não quis voar...
    enquanto você troca de amores
    e anda por caminhos obscuros

    eu sinto frio e
    "quando a chuva passar"
    baby
    eu não estarei lá fora


    num jogo de espiões
    todas as respostas
    são vendidas

    "não,
    eu não vou dizer
    o que é certo pra você"

    deixa a Lua se mover
    lentamente lá no alto
    "me enterre suavemente neste útero"

    numa noite fria
    repleta de desejos amargos
    me jogue pela janela

    deixa vir do coração
    vença a falta de ar
    "não há oceano que eu não cruzaria"


    sentado numa mesa de bar
    fazendo o tempo passar
    eu sempre me perco numa onda

    na velocidade máxima
    flutuando
    na direção errada

    desintegrando
    e queimando aos poucos
    num sopro de saudade

    azul, violeta e amarelo
    mary jane,
    você está feliz?


    deitado no chão
    observando janelas e estrelas
    é difícil saber qual é o caminho

    doces sílabas de um olhar
    3 pneus furados
    um cheiro de asfalto
    e borracha queimada

    não olhe nos olhos de um estranho
    quando a noite cai
    na contra-mão
    "a vida é um eco"

    rastejando
    e escrevendo uma mensagem
    para o meu coração
    "Eu perdi a habilidade de pintar as nuvens"

    no jardim secreto

    a luz sol
    cortava os grãos de areia
    dispersos no ar

    o silêncio da alma
    ecoava na pele
    como uma bala a espera do alvo

    sem fôlego e de braços abertos
    eu procurei um sorriso
    imerso na multidão

    voraz como um vício
    e uma paixão
    buscando equilíbrio

    eu desejei a eternidade
    calando o apetite da alma
    sorrindo...


    obrigado
    por cair fora
    por me fazer sentir vivo
    e me fazer ir ao chão

    obrigado
    eu nunca quis algo racional
    "quando um sonho morre,
    outro sonho nasce"

    uma emoção distante
    como um copo de vinho
    imensamente intrigante
    eu incendiei um coração

    o vento não vai parar
    já não uso mais
    um chapéu preto
    e aquelas botas velhas

    obrigado
    por hoje eu durmo
    não mais cercado
    de ilusões

    fardo

    um homem que não emite sombra
    não possui alma
    o seu fardo é o caminho

    correndo sobre a ponte
    por onde ele passa
    as luzes se apagam

    a cidade nunca dorme
    ela sempre ouve
    o eco dos nossos passos

    com os braços abertos
    ele olha pra baixo e tudo que vê
    são seus sonhos

    sonhos do passado
    enquanto velhos caminhos são feitos
    nada novo

    sua vida está a deriva
    o amor-perfeito também é um sonho
    fora das sombras

    o mundo é uma ilusão
    observando a chuva e as estrelas
    só lhe resta, voar...

    me perdoem
    me perdoem
    eu só quero acordar

    eu não consigo tocar a sua alma

    andando no meio dessa multidão
    eu vivo essa solidão
    carregando flores
    tentando não me sujar

    antes dos sonhos
    se transformarem em palavras
    eu fui acorrentado
    no seu calcanhar

    eu tentei tocar a sua alma
    vivendo essa paixão
    que nunca teve fim

    fotografias e cores
    um silêncio em movimento
    infinita invenção de desejos

    aqui acaba a profecia
    estou indo embora
    "preso a canções
    entregue a paixões"

    "no mais,
    estou indo embora..."
    quem quer viver pra sempre?


    ponteiros apressados
    passos calados
    coração gelado

    um olhar perdido em cores
    enquanto as paredes cantam
    meus olhos se fecham

    o perfume das vozes
    me deixa jogado ao chão
    confortável na multidão


    um grito sufocado pelo vento
    "secretamente, entre a sombra e a alma"
    sem medo não é coragem

    olhos negros como a noite
    lá fora nós giramos e caimos no gramado
    eu te odiei e te amei também

    o trem partiu
    e eu fiquei com os pés sujos de barro
    como um sonho que deu errado

    a tempestade não perdeu a intensidade
    eu acredito no amor
    hoje eu grito até meus pulmões ferverem

    voltando a vida

    o toque de um tambor
    respirando a vida
    num eco distante

    escavando um abismo
    num caos privado
    a chuva chega

    um choro calado
    observando a beleza
    ao seu redor

    o copo quebrado
    um corpo ali ao chão
    antecedido por um trovão

    pedindo mais
    querendo mais
    desejando mais

    morrendo

    enxuga esta lágrima
    a vida não para